A recente evolução dos projetos de regulamentação de geração de energia eólica offshore, cria o ambiente favorável para o aproveitamento do grande potencial existente no país. Após a publicação do Decreto nº 10.946, de janeiro de 2022, deu início a um novo momento para a geração eólica offshore no Brasil, ao entrar em vigor, em 15 de junho de 2022, o decreto passa a regulamentar a cessão de áreas e o aproveitamento dos recursos naturais para geração de energia elétrica offshore. Considerando os 180 dias de prazo que o Ministério de Minas e Energia (MME) tem para regulamentar as regras, empreendedores esperam que 2023 seja o ponto de partida para a contratação desses projetos.
As turbinas eólicas offshore possuem vantagens relevantes em relação à tecnologia onshore, sendo a qualidade do recurso eólico a principal delas. Além de ventos com velocidades mais altas, a baixa rugosidade da superfície no ambiente marinho também proporciona menos turbulências e uma menor variabilidade da velocidade em diferentes alturas, favorecendo projetos mais eficientes e de maior vida útil. Com ventos mais regulares, os projetos offshore têm observado em diferentes regiões um fator de capacidade médio de 41%, superiores aos projetos onshore com 36% de média (IRENA, 2021).
Outra característica que tem estimulado seu crescimento é o potencial de integração com o setor petrolífero, em virtude de economias de escopo vindas do aproveitamento conjunto da estrutura portuária e logística já existente. A experiência do setor de óleo e gás na instalação de plataformas fixas em leito marinho ou flutuante – mesma tecnologia utilizada nas turbinas eólicas – pode reduzir o tempo de desenvolvimento dos projetos. Com isso, o investimento neste setor pode acelerar a curva de aprendizado e a redução dos custos com tecnologia.
As vantagens da geração de energia offshore têm sido capturadas por diversos países. O segmento offshore deve, pelo segundo ano seguido, ultrapassar a marca de 10 GW em novos projetos (BNEF, 2022). Dados do Global Wind Report – GWEC (2021) estimam que o volume de instalações eólicas offshore deve quadruplicar de 6,1 GW em 2020 para 23,9 GW em 2025, levando sua participação relativa para 21% dos novos projetos de geração já na metade desta década.
A China continuará apresentando o maior número de instalações da Ásia no próximo quinquênio, na Europa, o vento offshore continuará a crescer, especialmente quando os grandes projetos da terceira rodada de contratação do Reino Unido entrarem em operação a partir de 2023 e com novos projetos a serem instalados pelos países do Leste Europeu a partir de 2024. Já nos EUA, sob o apoio do governo, o comissionamento das primeiras instalações offshore em grande escala (mais de 800 MW) deve ocorrer até 2023.
Esta perspectiva positiva do mercado para os próximos anos tem base na queda acentuada do custo impulsionada pelas metas de investimentos da Europa, Estados Unidos e nos principais mercados da Ásia. Do ponto de vista tecnológico, cada vez mais empresas consolidadas no mercado onshore estão investindo em tecnologia offshore, aumentando a competitividade da fonte, com destaque para a Siemens Gamesa, Vestas e GE. Em paralelo, espera-se que a consolidação da integração com a indústria petrolífera, além de acelerar o alcance das metas de transição energética global deve aumentar a escala de projetos colaborando com a redução de custos.
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